MPpU Nesta matéria, Cidade Nova apresenta o novo Centro Nacional do Movimento Político pela Unidade, uma importante expressão civil do Movimento dos Focolares no Brasil
Membros do novo Centro Nacional do MPpU com Márvia Vieira e Aurélio Oliveira, dirigntes nacionais dos Foco- lares. Estão na foto: em pé, Jorge Curi, Márvia, Jonhson Pinto, Ivana Torres, Karina Bubniak e Aurélio; agachados: Flávio Dal Pozo, Deize Adams, Almir Franco e Rosângela Solano. Na foto à direita: Sarah Sousa
Jônia Quédma
Sem considerar as diferenças, não existe política. Poderia ser esse o ponto de partida para a nova composição do Centro Nacional do Movimento Político pela Unidade no Brasil, o MPpU, uma importante expressão civil do Movimento dos Focolares. A comissão foi definida em setembro de 2023, com o final do processo eleitoral, do qual participaram membros do Movimento dos Focolares de todo o país.
São nove os membros eleitos, entre os quais alguns são componentes da gestão anterior. Eles possuem as mais diferentes histórias de vida e trajetórias pessoal e profissional, mas têm em comum o objetivo central do MPpU: exercitar o direito-dever de contribuir ao bem comum por meio de uma política de comunhão e do diálogo.
A presidente eleita por unanimidade, a professora doutora em Educação Ivanna Torres destaca a diversidade como marca da nova composição do Centro Nacional do MPpU no Brasil. Ela considera essencial refletir na comissão aquilo que é o nosso país. “Somos pessoas que sentem paixão pela política; alguns militam em partidos, outros não. Contamos com a representação de norte a sul do Brasil (veja quadro), o que qualifica a leitura de mundo e das políticas públicas necessárias”, defende a educadora. “Estarmos nas áreas de saúde, educação, justiça, habitação, movimentos sociais, nas casas parlamentares enriquece a construção da política com vários olhares, é multidisciplinar”, completa. Pela primeira vez, a maior parte do grupo é composta por mulheres.
Sobre o processo eleitoral, o copresidente eleito, militante e ativista Jonhson Pinto o considera um marco para o MPpU, com a participação significativa de votantes. “Os critérios visaram a diversidade e a busca de consenso, envolvendo pensamentos de direita, de esquerda e apartidários.” Eleita secretária-geral, a bacharel em Direito e servidora pública Ana Karina Bubniak confirma a expressão significativa das eleições. Como representante do sul do Brasil, ela conta que, em sua região, foi nítido o crescente envolvimento das pessoas no percurso. “A divulgação mais ampla aumentou a expectativa e o interesse pelo processo de votação, mostrando a credibilidade nos objetivos da consulta pública”, resume.
Planejamento
Para a nova presidente, é importante valorizar o que já foi feito até aqui, mas também abrir-se aos novos cenários. “Devemos entender o que precisamos para hoje; ser fiéis à fonte do MPpU, mas com criatividade para compreender os novos desafios e as novas respostas que o mundo espera.”
A nova comissão está em fase de transição e começa a planejar as ações para o mandato. A largada foi dada em novembro, quando o grupo se reuniu por três dias em Brasília, inclusive com a presença, em alguns momentos, dos dirigentes nacionais do Movimento dos Focolares, Márvia Vieira e Aurélio Oliveira. No planejamento, os eleitos decidiram em votação as funções dos novos membros. A ocasião permitiu que, antes, os componentes se conhecessem, compartilhassem expectativas e desafios pessoais.
Agora, a prioridade é criar grupos locais e regionais do MPpU e fortalecer os que já existem. Os novos dirigentes concordam que, sem articulação, é inviável olhar para todo o país apenas com a comissão central. “O importante é que nasça da vida, seja na atuação dos movimentos sociais, seja na de sindicatos e associações”, afirma o copresidente Jonhson Pinto, indicando que outra ação é apoiar a formação política e de cidadania, de forma continuada.
A nova direção tem na pauta os problemas estruturais da humanidade, como os cuidados com o planeta, com as novas gerações e os vulneráveis. A presidente do Centro afirma que o grande mérito será confirmar, com as comunidades, que a política e o movimento político só fazem sentido se for para darmos respostas e acolher esses “gritos” (como os Focolares têm chamado os grandes problemas) da humanidade. “Se não trouxermos ‘Mateus 25’ para o nosso agir político, a política perde o sentido”, reitera. Torres refere-se à passagem do Evangelho que narra as Bem-aventuranças: “Eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram”. Para ela, a formação deve levar a esse entendimento. “Se não for em favor de uma revolução e superar a pobreza, eu não acredito que valha investir em determinados tipos de formação”.
Nos desafios da nova direção está a aproximação dos jovens, para que se encantem e acreditem que a política é o “amor dos amores”, como Chiara Lubich considerava. “É preciso estar com os jovens, vivendo o que eles querem ver: coerência”, enfatiza Torres. Uma meta é o percurso rumo ao Genfest 2024, o festival juvenil internacional do Movimento dos Focolares, que ocorre em Aparecida, em julho. A equipe acredita que o engajamento no Genfest impulsiona atuações coletivas para despertar o interesse pela política. “Que possamos nos envolver e encantá-los com a nossa vida e nada de palestras”, enfatiza a presidente.
Entre tantas iniciativas, é preciso considerar a leveza na forma de encarar esses novos desafios. A presidente expressa um desejo: “Que a gente consiga fazer um mandato, uma caminhada com muita amorosidade”. O novo Centro Nacional do MPpU Brasil terá grandes oportunidades para o sucesso da caminhada até 2026.
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