Daphne de Souza é indiana e trabalha como planejadora de eventos. Mas esta é apenas a ponta do iceberg, já que Daphne é uma amante da natureza, e o fruto disso é seu recente compromisso com o Jovens por um Mundo Unido – Índia, pela proteção ambiental.

Por que ela doa seu tempo para essa causa: “É uma criação de Deus, que silenciosamente te ajuda a viver, a sorrir, te dá paz, te ajuda a se perguntar como vai a vida… Também, se não tivermos bosques ou rios não poderemos sobreviver. Nesse sentido, meu amor pelo meio ambiente é muito “egoísta”. Quero viver muito tempo, comer as coisas que gosto, curtir o sol nascendo e se pondo todos os dias com as pessoas que eu amo. Por que não? “

 

Por Daphne De Souza – Índia

Olá, meu nome é Daphne de Souza.
Namastê e saudações do estado indiano de Goa!
Além de um vírus e outras coisas, esta pandemia trouxe muita agitação política entre o governo e seu povo em todo o mundo. Mas não impediu as pessoas de se levantarem contra a injustiça.
Um desses incidentes é a campanha My Mollem. Mollem é uma pequena aldeia em Goa. É a porta de entrada para um Santuário e o Parque Nacional Mollem, que são florestas protegidas na Índia.

As florestas são um dos 8 hotspots de biodiversidade no mundo, contendo uma infinidade de flora e fauna, incluindo espécies ameaçadas de extinção. Essas florestas são nossos pulmões e a principal fonte de onde obtemos nossa água.

No início deste ano, no mês de maio, o Governo Central liberou 3 projetos de infraestrutura com avaliações de impacto conduzidas de forma aleatória e irresponsável em modalidade virtual. Isso foi muito criticado pelos cidadãos. Seu objetivo é criar um corredor para o transporte de carvão.

Cerca de mais de 56.000 árvores estão programadas para serem cortadas em virtude desses projetos, se não interrompidos, além da destruição do meio ambiente e dos meios de subsistência das tribos que ali vivem. Outra grande preocupação é a linha férrea e as aldeias pelas quais ela passará, pois afetará a vida e a saúde dos moradores com o transporte de carvão.

Quando ouvimos sobre este projeto, havia muito pouca informação sobre eles, pois o governo tentou esconder os detalhes. Como é o ano do “#daretocare  – Ousar Cuidar”, procuramos contatar quem conhecesse o projeto para ver o que poderíamos fazer para proteger o ambiente – razão da nossa existência. Pesquisamos e compartilhamos a campanha nas redes sociais tanto quanto podíamos, não permitindo que a pandemia nos impedisse de levantar nossas vozes por algo que nos importamos e estimamos. Várias pessoas, incluindo nós do grupo Jovens por um Mundo Unido, em Goa, escreveram cartas aos ministros em posições importantes, apelando para que parassem com esses projetos e não fossem manipulados pelo Governo Central, para que salvassem a Nossa Terra, Nosso Futuro. A terra já está morrendo e nós, junto com ela. Não precisamos de outro motivo para acelerar esse processo.

Em novembro, houve um protesto à meia-noite, onde 5.000 pessoas participaram, de jovens a idosos.

No dia seguinte, processos policiais foram abertos contra alguns dos manifestantes. Quando os cidadãos pediram uma discussão pacífica sobre o assunto, os políticos ignoraram as perguntas ou desviaram-se do assunto. Isso levou a mais agitação e tweets por parte do povo. Até o governo está tentando evitar que os manifestantes se reúnam para impedir esses projetos. Essa luta é longa, mas nunca vamos desistir ou esquecer.

Por último, precisamos que os políticos nos ouçam e tenham discussões abertas sobre aspectos importantes da vida humana e do meio ambiente. E o mais importante, precisamos de Políticos que não sejam superficiais, mas que realmente se preocupem em proteger o meio ambiente e os interesses de seu povo.

Recentemente, um garoto, quando questionado, “por que se preocupar em protestar”, respondeu:

“Cada protesto individual faz a diferença. Se Greta Thunberg, que ainda não é adulta, pode causar um impacto global, então cada um de nós juntos pode causar um impacto maior. ”